Epidemiologia

  • O que é?

   A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações. Analisa a distribuição, a frequência e os fatores determinantes de doenças, propondo medidas de prevenção, controle ou erradicação de doenças; fornecendo indicadores que servem de suporte ao planejamento e avaliação das ações/políticas de saúde.

    Os dados coletados podem ser valores absolutos (brutos), que são aqueles obtidos em uma certa situação e local. Também podem ser valores relativos (coeficiente/índice), com o uso de frações.

    Um coeficiente/taxa é calculado através da razão entre duas frequências. Possui a capacidade de indicar risco e probabilidade.

  • Raciocínio epidemiológico

Possui como componentes a frequência, a distribuição e os determinantes. Analisa padrões do processo saúde-doença.

  • Conceitos básicos1.Dado: matéria-prima para gerar informações;
    2. Informação: gerida pela combinação e interpretação de dados;

    3. SIS (Sistema de Informação em Saúde): formulação de indicadores, coleta e processamento de dados, produção de informações;
  • O que é Vigilância Epidemiológica?

  O SUS a definiu como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. As ações de vigilância epidemiológica passaram a ser operacionalizadas num contexto de reorganização do sistema de saúde brasileiro, caracterizada pela descentralização de responsabilidades, pela universalidade, integralidade e equidade na prestação de serviços.

   A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orientação técnica para os profissionais de saúde, que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população definida.  (Exemplo: Mapa vivo do PSF)

  Além disso, a vigilância epidemiológica é um importante instrumento para o planejamento, a organização e efetivação dos serviços de saúde.

São funções da vigilância epidemiológica:

  1. coleta de dados;
  2. Processamento de dados coletados;
  3. Análise e interpretação dos dados processados;
  4. Recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas;
  5. Promoção das ações de prevenção e controle indicadas;
  6. Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
  • Indicadores Epidemiológicos
  1. Conhecimentos gerais: Idade, sexo, gênero, etc.
  2. Características familiares: Estado civil, dimensão da família, morbidade familiar por causas específicas.
  3. Características étnicas: Raça, cultura, religião, etnia, etc.
  4. Nível socioeconômico: Ocupação, renda pessoal, nível de instrução, tipo e zona de residência, etc.
  5. Ocorrências durante a vida intrauterina/ao nascer: Número de fetos gestados, características do parto, hábitos maternos, etc.
  6. Características endógenas: Constituição física, estado fisiológico, tipo de comportamento, etc. 
  7. Ocorrências acidentais: Doenças sofridas, medicamentos usados, etc.
  8. Hábitos e atividades: Uso de inseticidas, uso de drogas ilícitas e lícitas, atividade física, etc.
  • Vigilância Sanitária

    Um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle de bens de consumo que se relacionem com a saúde e o controle da prestação de serviços que se relacionam com a saúde.

    No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por criar normas e regulamentos e dar suporte para todas as atividades da área no País. A ANVISA também é quem executa as atividades de controle sanitário e fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras.

  •  Notificação Compulsória

  A notificação compulsória consiste na comunicação da ocorrência de casos individuais, agregados de casos ou surtos, suspeitos ou confirmados, da lista de agravos relacionados na Portaria, que deve ser feita às autoridades sanitárias por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, visando à adoção das medidas de controle pertinentes. Além disso, alguns eventos ambientais e doenças ou morte de determinados animais também se tornaram de notificação obrigatória. É obrigatória a notificação de doenças, agravos e eventos de saúde pública.

   As doenças de notificação compulsória são aquelas cuja gravidade e capacidade de disseminação do agente causador é potencial de causar surtos e epidemias. É necessária a adoção de medidas eficazes de prevenção e controle.

O que pode ser notificado: cólera, febre amarela, influenza, poliomielite, sarampo, varíola e até casos de violência doméstica.

  • O que é Vigilância em Saúde?

  Realiza ações de monitoramento contínuo do país por meio de observação e análise permanentes da situação de saúde da população, por meio de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e dados de saúde. Busca garantir a integralidade da atenção à saúde.

  • Prevalência

A prevalência quantifica o número de casos existentes de uma doença em uma população. O número de casos existentes de doença é igual à soma dos casos novos e dos casos antigos.

  • Incidência

Frequência com que surgem novos casos de uma doença, num intervalo de tempo.

  • O que é risco?

É a probabilidade de ocorrência de uma doença ou evento adverso à saúde.

  • O que é fator de risco?

O elemento ou característica positivamente associado ao risco de desenvolver uma doença. Como, por exemplo, idade, tabagismo, etc.

  • O que é vulnerabilidade?

Suscetibilidade de um grupo ou indivíduo a adquirir uma doença ou sofrer um agravo.

  • Prevenção

Ação antecipada baseada no conhecimento da história natural da doença. Atua prevenindo doenças por meio de vacinas, palestras e orientações.

  • Promoção da Saúde

Promove qualidade de vida, reduz vulnerabilidade e riscos à saúde. Consiste em políticas, planos e ações envolvidas em saúde.

  • Definições importantes
  1. Surto: Aumento repentino do número de casos de uma doença em uma certa região;
  2. Epidemia: Quando um surto ocorre em diversas regiões, envolvendo uma determinada doença;
  3. Pandemia: Quando uma epidemia ganha caráter global, atingindo diversos países;
  4. Endemia: Quando uma doença é relativamente constante em uma determinada região.
  5. Natimorto: extraído do corpo da mãe sem sinal de vida.
  6. Neonatal: 4 primeiras semanas de vida.
  7. Pós-neonatal: 28 dias até 1 ano de vida.
  8. Perinatal: 22 semanas de gestação até o 7º dia de vida.
  • Indicadores de Saúde
  1. Crescimento vegetativo: diferença entre óbitos e nascimentos.
  2. Crescimento demográfico: população absoluta + crescimento total
  3. Esperança de vida: número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido em determinado espaço geográfico
  4. Fecundidade: razão entre o número de nascidos vivos numa determinada época e o número de mulheres em idade fértil (15 a 49 anos).
  5. Natalidade: frequência de nascidos vivos no total da população.
  6. Razão de Sexos: razão entre o número de homens por 100 mulheres. Se o índice resultante for menor que 100, há predominância feminina.
  7. Razão de dependência: razão entre a população economicamente dependente (menores de 15 anos e maiores de 65) e a população economicamente ativa (15 a 64 anos de idade).
  8. Mortalidade Geral: Avalia mortalidade por todas as causas. Razão do número de óbitos pela população total, x1000.
  9. Letalidade: Número de óbitos por uma doença/Número de casos da doença, x1000.
  • O que é morbidade?

Refere-se ao conjunto dos indivíduos que adquiriram doenças num dado intervalo de tempo. Denota-se morbidade ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população exposta. 

  • Transição demográfica-epidemiológica

Altera o perfil de natalidade e mortalidade e também o perfil de doenças, visto que se espera a redução de doenças infectocontagiosas e o aumento de doenças crônicas (envelhecimento populacional).

  • Curva de Nelson de Moraes

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  A curva de Nelson Moraes é uma representação gráfica da mortalidade proporcional. O eixo x representa faixas etárias predeterminadas (menor que 1 ano; 1 a 4 anos; 5 a 19 anos; 20 a 49 anos; 50 anos ou mais) e o eixo y é a mortalidade proporcional para cada faixa etária representada no eixo x. A curva possui 4 tipos com formas características que correspondem a distintas condições de vida da população estudada: N invertido, L (ou J invertido), V (ou U) e J.

  • Forma de N: Tipo 1 – Equivale a um nível de saúde muito baixo, onde a proporção de mais de 50 anos é inferior a 50% e é alta a proporção de óbitos de menores de 1 ano e no grupo de 20 – 49 anos;
  • Forma de J invertido: Tipo 2 – Equivale a um nível de saúde baixo, onde a proporção de óbito de mais de 50 anos está abaixo de 20% e é altíssima a proporção (quase 50%) de óbitos de menores de 1 ano;
  • Forma de V: Tipo 3 – Equivale a um nível de saúde regular, onde a proporção de óbitos de menores de 1 ano é alta e a do grupo de mais de 50 anos é próxima de 50%;
  • Forma de J: Tipo 4 – Equivale a um nível de saúde elevado, onde a proporção de óbitos mostra-se mais elevada no grupo etário de mais de 50 anos (+ 70%). Essa curva é característica em países desenvolvidos.
  • Doutrinas do SUS
  1. Universalidade: Atenção à saúde para todo e qualquer cidadão.
  2. Equidade: Tratar todo cidadão entendendo suas limitações e diferenças, oferecendo-lhe um atendimento digno.
  3. Integralidade: Tratar o paciente em sua integralidade, visando sua observação na esfera biopsicossocial.
  • Diretrizes do SUS
  1. Regionalização/Hierarquização: Os serviços de saúde devem ser organizados em níveis de complexidade crescentes, dispostos em uma certa localidade e com uma população definida para ser atendida.
  2. Descentralização: Redistribuição das responsabilidades e poderes entre as esferas municipal, estadual e federal.
  3. Resolubilidade: O sistema necessita ser capaz de solucionar problemas de maneira objetiva e eficaz.
  4. Participação dos cidadãos: A população deve se mostrar ativa, próxima e informada no sistema de saúde.
  5. Complementaridade do setor privado: Caso o SUS não possua um certo serviço, o setor privado pode disponibilizá-lo, desde que obedeça aos princípios e normas do SUS.
  • Níveis de Atenção
  1. Primário: É o primeiro contato do cidadão com o sistema de saúde. Responsável pela prevenção e, também, pela promoção de saúde.
  2. Secundário: Com grau intermediário de tecnologia e capacitação. Possui diversas especialidades para atender a população.
  3. Terciário: Com grau elevado de tecnologia e capacitação. Atende casos que demandam alta assistência, encaminhamentos do nível secundário e eventos raros.
  • Níveis de Prevenção
  1. Primária: Evita ou remove exposição a um fator de risco/agente causador. Exemplo: imunização.
  2. Secundária: Detecta problemas de saúde em fase precoce.
  3. Terciária: Promove reabilitação, reintegração precoce, etc. Objetivo de reduzir custos socioeconômicos dos estados de saúde da população.
  4. Quaternária: Detecta indivíduos em risco de tratamento excessivo, protegendo-os de novas intervenções médicas inapropriadas.
  • Sistemas de Informação
  1. SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica): Base para as ações da Estratégia Saúde em Família. Possui dados socioeconômicos de famílias de uma certa região.
  2. SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificação): Usado para armazenar notificações compulsórias.
  3. SIS-HiperDia (Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos): Possui dados epidemiológicos da população, facilitando a distribuição de remédios e o trabalho das equipes de saúde.
  4. SIM (Sistema de Informação de Mortalidade): dados sobre óbitos e suas causas.
  5. SINASC (Sistema de Informação de Nascidos Vivos)
  6. SISVAN (Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e Nutricional)
  7. SI-API (Sistema de Avaliação de Doses Aplicadas de Vacinas)
  8. SIS EAPV (Sistema de Informação sobre Eventos Adversos Pós Vacinais) 
  • Estratégia Saúde em Família

  Objetivo de analisar, organizar e propor táticas para a melhora da situação da saúde da população. Composta por uma equipe multiprofissional com, no mínimo, um médico, um enfermeiro, um ou dois auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Pode possuir outras especialidades, caso seja possível.  

  Possui como princípios: prestar assistência integral e contínua, intervir sobre os fatores de risco à saúde, humanizar práticas de saúde, etc.

   A USF (Unidade de Saúde da Família) deve identificar o perfil sociodemográfico e epidemiológico das famílias no território abrangido, reconhecer os problemas e riscos de saúde e propor ações efetivas. Para isso, faz uso do SIAB. 

  • Modelos Clínicos
  1. Modelo Clínico Centrado na Pessoa

Fornece atendimento ao paciente em sua integralidade, atendendo sua esfera biopsicossocial.

  • Explorando a doença e a experiência da pessoa com a doença

Avalia a história da moléstia, realiza exames, e avalia a dimensão da doença por meio do SIFE (Sentimentos, Ideias, Funcionalidade e Expectativas)

  • Entendendo a pessoa como um todo

Observar a história pessoal do paciente, sua família, comunidade, emprego, cultura, etc.

  • Elaborando um projeto comum de manejo

Avaliar problemas, prioridades e objetivos do tratamento e como será esse processo. Estabelecer quais os papéis do paciente e do profissional.

  • Incorporando a prevenção e a promoção de saúde

Objetivo de melhorias na saúde, redução de riscos, identificação de fatores de risco, etc.

  • Fortalecendo a relação médico-pessoa

Exercer compaixão, acolhimento e empatia. Promover transferência de conhecimento por ambas as partes.

  • Sendo realista

Analisar tempo de tratamento, construir trabalho em equipe e usar os recursos disponíveis.

  1. Modelo Biomédico

  Observa o paciente como uma máquina defeituosa, não o vê como um ser integral e negligencia seu processo saúde-doença, sentimentos, sofrimento psíquico, etc. Foca na doença, na análise dos sinais e sintomas, buscando um diagnóstico objetivo e uma medicação.

  • Tipos de Estudos Epidemiológicos

    Existem duas categorias: os experimentais (ensaio clínico randomizado, ensaio de campo e ensaio comunitário), e os observacionais, que podem ser descritivos (relato de caso, série de caso) ou analíticos.

  • Estudos observacionais analíticos: são classificados como transversal, caso-controle, coorte e ecológico.
  1. 1. Transversal: aquele em que as pessoas expostas à doença e os doentes são analisados simultaneamente, em um determinado intervalo de tempo.
  • Aplicabilidade: avaliação da prevalência da doença.
  • Vantagens: facilidade e baixo custo. Gera hipóteses de associação.
  • Desvantagens: Não testa as hipóteses (uma vez que as variáveis são medidas simultaneamente).
  1. Coorte: escolha de um grupo de pessoas que compartilham uma experiência ou condição em comum (exemplo: mesma região de moradia), que será acompanhado ao longo do tempo para observar a ocorrência da doença.

  Compara-se um grupo de indivíduos expostos a um grupo de indivíduos não expostos e, em cada um, se há ou não a ocorrência da doença.

  • Aplicabilidade: avaliação da incidência de doenças.
  • Vantagens: maior precisão e há maior controle das variáveis a serem medidas.
  • Desvantagens: longa duração; necessita de amostras com números grandes.
  1. Caso-controle: fazem a análise simultânea de dois grupos: o caso (indivíduos que apresentam determinada doença) e controle (indivíduos que não apresentam a doença), identificando os níveis de exposição dos indivíduos a determinados fatores.
  • Aplicabilidade: análise de doenças raras e situações de surtos ou agravos desconhecidos.
  • Vantagens: baixo custo; facilidade em encontrar indivíduos para o estudo.
  • Desvantagens: dependem da memória do paciente; risco de tendenciosidade por parte do paciente; risco de influência do pesquisador.
  1. Ecológico: A unidade de observação é um grupo de pessoas, e não o indivíduo. Esses grupos podem ser turmas de alunos em escolas, fábricas, cidades, países etc. O princípio do estudo é o de que, nas populações onde a exposição é mais frequente, a incidência das doenças ou a mortalidade serão maiores. Incidência e mortalidade são as medidas mais usadas para quantificar a ocorrência de doenças nesse estudo. A análise de correlação mostrará a associação entre o fator de risco e a doença.

Síntese Reflexiva de Epidemiologia

   Chegar ao fim do módulo de Epidemiologia traz uma mistura de satisfação e alívio! Foi um período tranquilo, rápido e que eu gostei muito. Sempre tive prazer em discutir políticas públicas – seja lá qual for o âmbito a que se referem – e adquirir o conhecimento de como é o processo para a elaboração de uma ação pública de saúde foi incrível para mim.

   O semestre, como um todo, foi um momento de descobertas e acertos, mas também de decepções e, ao mesmo tempo, de encontros com boas pessoas. Foi um tempo de 8 ou 80, ou tudo estava ótimo ou tudo estava péssimo. O que foi ótimo para lapidar a maneira como eu lido com mudanças e para me adaptar a situações que eu não considero confortáveis. Como eu disse na reflexão anterior, nem sempre vou ter a sorte de estar ao lado das pessoas bem-intencionadas e nem nas melhores situações.

   Não sou muito boa em separar minha vida acadêmica da minha vida pessoal, não vejo como uma coisa não pode afetar a outra. Definitivamente é algo em que preciso trabalhar, já que algumas decepções e problemas me desestabilizaram emocionalmente, durante o semestre.

   Ademais, amei esse último módulo e, inclusive, muitas vezes fiquei irritada com a posição de colegas que afirmavam que era um módulo inútil. Não vejo como o conteúdo estudado pode ser inutilizável, já que são informações necessárias para o cotidiano do médico, além de que são requisitadas em futuras provas de residência.

   As sessões tutoriais foram muito boas e acredito que o grupo pôde estabelecer uma boa conexão. O tutor também se mostrou participativo na medida certa e promoveu um espaço confortável para todos se expressarem da melhor maneira. Se durante o semestre houvesse esse clima leve em todas as tutorias, tenho certeza de que seriam mais frutíferas.

   Pensando no geral, o grande problema do módulo é que ele não estabelece a prometida conexão entre as aulas. O Morfofuncional se mostrou um pouco atrapalhado, sem a menor ligação com as sessões tutoriais e, além disso, sempre existe uma concordância entre os alunos de que é necessária uma maior orientação dos professores – apesar de ser um curso PBL.

   As aulas de Habilidades de Comunicação chegaram ao fim de maneira incrível, com uma última aula que incomodou e produziu, acredito eu, mais empatia e autoconhecimento para os alunos.

   Já nas aulas de Habilidades Médicas, eu devo dizer que há algum tempo estou incomodada com a posição dos professores, que participam pouco e quando estão presentes nos consultórios são grossos e agem como se estivessem fazendo um favor. Eu adquiri uma grande antipatia pelo professor Augusto, que, muitas vezes, se aproveita das situações em que as alunas se expõem no exame físico e faz comentários característicos de assédio. Acredito que precisam ocorrer mudanças rápidas e sérias nessa parte do currículo do semestre.

  As aulas do TBL foram semelhantes ao conteúdo das sessões tutoriais, o que foi frustrante para os alunos, já que não havia muito para aprofundar. Além disso, a Reflexão do IESC também abordava o mesmo assunto, o que tornou tudo pior ainda, com professoras que estavam sempre em claro desacordo e passando uma sensação de bagunça geral para os alunos – estes passaram a não levar as aulas a sério.

  As aulas de Antropologia e Direito em Saúde possuíam um conteúdo riquíssimo, porém o professor Conrado precisa se tornar didático e claro, porque nada durante a aula era possível de se absorver. E, veja bem, são assuntos que eu adoro. O professor Walter possui uma boa didática, mas o tempo das duas aulas tornava o período cansativo e extenso em demasia. Seria uma ótima ideia reduzir as horas dessas aulas no currículo do semestre.

  O tempo que passo na UBS sempre é incrível e proveitoso, amo estar nas visitas domiciliares, visitando o asilo e aprendendo com as enfermeiras e meus preceptores. A preceptora Sônia é muito querida e presente, sempre nos ajudando a adquirir novos conhecimentos e o preceptor Dr. Marco Lobue é admirado e muito presente também.

  Esse foi um semestre difícil para mim, de diversas maneiras, mas com todo fim de um ciclo vem aprendizados e, isso, para mim, foi o mais importante.

Epidemiologia – “Medicina de verdade! ” – Síntese 4

  O indivíduo é quem avalia a transformação do normal em patológico, porque é ele quem sofre as consequências no momento em que se sente incapaz de realizar as tarefas que a nova situação lhe impõe. É a partir do julgamento individual de estar doente que cada pessoa sente a necessidade de procurar assistência:

   São os doentes que geralmente julgam – de pontos de vista muito variados – se são normais ou voltaram a sê-lo. O essencial, para ele, é sair do abismo de impotência ou de sofrimento em que quase ficou definidamente.

  É nesta perspectiva que se insere a Medicina Centrada na Pessoa, como um método clínico que propõe uma humanização das ações dos profissionais. Constitui uma proposta para uma prática que não admite a doença como foco da intervenção do profissional e traz o sujeito e suas necessidades individuais ao primeiro plano da relação terapêutica. A Medicina Centrada na Pessoa busca uma assistência contínua e compreensiva, que fortaleça uma relação simétrica entre o binômio profissional-paciente, na qual os pacientes têm um papel autônomo e protagonista em seu processo de saúde-doença.

   Uma das limitações desta proposta é que ela depende fortemente das habilidades comunicativas tanto do paciente quanto do médico. O mais significante nesta abordagem é que o ponto de partida é sempre a pessoa, e não o corpo ou a doença. Este movimento pode ser uma ponte entre o mundo médico científico e o mundo das pessoas que procuram seus cuidados.

   O “estar doente” depende da percepção do sujeito em relação à sua condição. Sendo assim, encarar este momento de sofrimento pode, finalmente, ser positivo ou se tornar uma situação com consequências negativas, dependendo da cultura do médico e da maneira de encarar a vida do paciente.

   A Medicina Centrada na Pessoa é definida como um método clínico que, por meio de uma escuta atenta e qualificada, objetiva um entendimento integral da vivência individual daquele padecimento, a fim de construir conjuntamente um plano terapêutico, estimulando a autonomia da pessoa no processo.

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 A Unidade de Saúde Familiar (USF) atua geralmente com este método. Ela consiste numa pequena unidade funcional multiprofissional (médicos, enfermeiros e administrativos), com autonomia funcional e técnica, que presta cuidados de saúde primários personalizados.

A função da USF é prestar assistência contínua à comunidade, acompanhando integralmente a saúde da criança, do adulto, da mulher, dos idosos, enfim, de todas as pessoas que vivem no território sob sua responsabilidade.

  As unidades USF contam com Equipes de Saúde da Família (ESF) e também obedecem ao preceito da delimitação de área de abrangência com adscrição de clientela. As USF trabalham na lógica do vínculo de clientela, da responsabilização e, também, do acolhimento.

As atribuições básicas de uma ESF são:

  • Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase nas suas características socioeconômicas, psicoculturais, demográficas e epidemiológicas;
  • Identificar os problemas de saúde mais comuns e situações de risco aos quais a população está exposta;
  • Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento dos fatores que colocam em risco a saúde;
  • Programar a atividade e reestruturar o processo de trabalho;
  • Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica, nos diversos ciclos da vida. Atuar no controle de doenças transmissíveis como a tuberculose, a hanseníase, as DSTs, AIDS, de doenças infectocontagiosas em geral, das doenças crônico-degenerativas e de doenças relacionadas ao trabalho e ao meio ambiente;
  • Valorizar a relação com o usuário e com a família para a criação de vínculo de confiança, que é fundamental no processo de cuidar;
  • Resolver a maior parte dos problemas de saúde detectados e, quando isso não for possível, garantir a continuidade do tratamento, através da adequada referência do caso;
  • Prestar a assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, buscando contato com o indivíduo sadio ou doente, visando promover a saúde através da educação sanitária;
  • Desenvolver processos educativos através de grupos voltado à recuperação da autoestima, troca de experiências, apoio mútuo e melhoria do autocuidado;

Epidemiologia – Síntese 3

  • Epidemiologia do HIV no Brasil

  No Brasil, desde 2000 até junho de 2015, foram notificadas 92.210 gestantes infectadas com o HIV, a maioria destas residentes na região Sudeste (40,5%).

 Desde o início da epidemia de aids no Brasil, até junho de 2015, foram registrados no país 798.366 casos de aids. Foram registrados no Brasil, desde 1980 até junho de 2015, 519.183 (65,0%) casos de aids em homens e 278.960 (35,0%) em mulheres. A maior concentração dos casos de aids no Brasil está nos indivíduos com idade entre 25 e 39 anos para ambos os sexos.

  Entre os homens, observa-se um aumento da taxa de detecção principalmente entre aqueles com 15 a 19 anos, 20 a 24 anos e 60 anos ou mais nos últimos dez anos.  

   Destaca-se o aumento em jovens de 15 a 24 anos, sendo que de 2005 para 2014 a taxa entre aqueles com 15 a 19 anos mais que triplicou (de 2,1 para 6,7 casos por 100 mil habitantes) e entre os de 20 a 24, quase dobrou (de 16,0 para 30,3 casos por 100 mil habitantes).

  Entre aqueles com 35 a 39 anos e 40 a 44 anos, observa-se uma tendência de queda, representando 10,2% e 24,3% de queda de 2005 para 2014, respectivamente.

  Desde o início da epidemia de aids (1980) até dezembro de 2014 foram identificados 290.929 óbitos tendo como causa básica aids (CID10: B20 a B24), sendo a maioria na região Sudeste (61,0%).

  Do total de óbitos por aids registrados no Brasil, 206.991 (71,2%) ocorreram entre homens e 83.820 (28,8%) entre mulheres. A razão de sexos se manteve em 20 óbitos entre homens para cada 10 óbitos entre mulheres em 2005 e em 2014.

  Os centros de testagem e aconselhamento (CTA) são serviços de saúde que realizam ações de diagnóstico e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Nesses serviços, é possível realizar testes para HIV, sífilis e hepatite B e C gratuitamente. Todos os testes são realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e por ela controlados. O atendimento nesses centros é inteiramente sigiloso e oferece a quem realiza o teste a possibilidade de ser acompanhado por uma equipe de profissionais de saúde que a orientará sobre resultado final do exame, independente dele ser positivo ou negativo. Quando os resultados são positivos, os CTA são responsáveis por encaminhar as pessoas para o tratamento nos serviços de referência. Ao procurar um CTA, o usuário desse serviço tem direito a passar uma sessão de aconselhamento, que pode ser individual ou coletivo, a depender do serviço. O aconselhamento é uma ação de prevenção que tem como objetivo oferecer apoio emocional ao usuário, esclarecer suas informações e dúvidas sobre DST e HIV/aids e, principalmente, ajudá-lo a avaliar os riscos que corre e as melhores maneiras que dispõe para prevenir-se. Além do aconselhamento, outras ações de prevenção são realizadas pelo CTA, dentro da unidade de saúde e fora dela. Também disponibilizam insumos de prevenção, como camisinhas masculinas e femininas para a população geral, gel lubrificante para profissionais do sexo e homens que fazem sexo com homens e kits de redução de danos para pessoas que fazem uso de drogas.

  • Sistemas de Informação em Saúde de Base Nacional

  Atualmente se dispõe de um conjunto de sistemas nacionais de informação de interesse para a saúde, gerenciado por órgãos do Governo Federal.  A operacionalização destes sistemas (coleta de dados, alimentação dos sistemas) acontece nos municípios, que devem transferir os dados consolidados, numa periodicidade preestabelecida para cada sistema e pactuada nos instrumentos de gestão, ao nível de governo estadual, que por sua vez, da mesma maneira, transmite ao Governo Federal.

Principais Sistemas de Informação em Saúde de Base Nacional –Atenção Básica:

  1. SIM –Sistema de Informação sobre Mortalidade.
    2. SINASC–Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos.
    3. SINAN –Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
    4. SISVAN –Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.
    5. SIS API –Sistema de Avaliação de Doses Aplicadas de Vacinas.
    6. SIS AIU –Sistema de Apuração de Imunobiológicos utilizados.
    7. SIS EAPV –Sistema de Informação sobre Eventos Adversos Pós Vacinais.
    8. SIAB –Sistema de Informação da Atenção Básica.
    9. SisHiperDia–Sistema de Informação do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus.
    10. SISPRENATAL –Sistema de Informação do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN).
    11. SIASUS –Sistema de Informação Ambulatorial do SUS.
    12. SCNES/FCES –Sistema de Informação do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

Sistema de informação sobre mortalidade: Os relatórios que o Sistema SIM permite acessar são de fundamental importância, para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, porque contém informações sobre as características de pessoa, tempo e lugar, condições de óbito, assistência prestada ao paciente, causas básica e associada.

Sistema de informação de agravos e notificação:   O Sistema de Informação de Agravos e Notificação tem como finalidade a Vigilância Epidemiológica de determinados agravos. O objetivo maior deste Sistema de Informações é o registro e o processamento dos dados sobre agravos de notificação em todo o território nacional, fornecendo informações para a análise do perfil de morbidade e contribuindo dessa forma, para a tomada de decisões em níveis municipal, estadual e federal.

Sistema de vigilância alimentar e nutricional: Por definição, o SISVAN é um sistema que visa o acompanhamento do estado nutricional de um certo grupo populacional, interferindo sempre que necessário, para evitar os agravos nutricionais. Os grupos populacionais prioritários para o acompanhamento, atualmente, são todas as crianças com idade entre 0 a 5 anos que frequentam a rede municipal de saúde e todas as gestantes que fazem o pré-natal na rede municipal de saúde.

Sistema de avaliação de doses aplicadas de vacinas: Este Sistema permite realizar o acompanhamento e a avaliação da cobertura vacinal, tanto do município, como no Estado e no País.

Sistema de Informação do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus: Foi criado pelo DATASUS, em 2002, para cadastrar as pessoas usuárias do SUS que têm hipertensão, diabetes, ou hipertensão e diabetes, afim de garantir a disponibilização dos medicamentos, fornecidos pelo Ministério da Saúde, para o tratamento dessas doenças.

Epidemiologia – Síntese 2

  Entende-se por risco a probabilidade de ocorrência de uma particular doença ou evento adverso à saúde.

  Pode-se definir como fator de risco o elemento ou característica positivamente associado ao risco (ou probabilidade) de desenvolver uma doença.

  É possível destacar quatro tipos de fatores que intervêm na causalidade das doenças, atuando seja como causas necessárias, seja como causas suficientes:

  1. Fatores predisponentes: idade, sexo, existência prévia de agravos à saúde, que podem criar condições favoráveis ao agente para a instalação da doença.
  2. Fatores facilitadores: alimentação inadequada sob o aspecto quantitativo ou qualitativo, condições habitacionais precárias, acesso difícil à assistência médica, que podem facilitar o aparecimento e desenvolvimento de doenças.
  3. Fatores desencadeantes: a exposição a agentes específicos, patogênicos ao homem, que podem associar-se ao aparecimento de uma doença ou evento adverso à saúde.
  4. Fatores potencializadores: a exposição repetida ou por tempo prolongado a condições adversas de trabalho, que podem agravar uma doença já estabelecida.

  Com alguma frequência podemos identificar diferentes fatores de risco para uma mesma doença, o que pressupõe a existência de uma rede de fatores ligados à causalidade. A força de cada fator, como determinante do agravo, pode ser variável. Da mesma forma, existem fatores de risco associados a mais de uma doença.

Como exemplos podemos citar:

  • a doença coronariana, que apresenta diferentes fatores de risco, entre eles o estresse, o hábito do tabagismo, a hipertensão arterial, a vida sedentária, hábitos alimentares;
  • o tabagismo pode constituir fator de risco para mais de uma doença, o câncer de pulmão e a doença coronariana.

   O conceito de risco indica probabilidades, enquanto a vulnerabilidade vai além, ao se constituir como indicador da iniquidade e da desigualdade social.

  A notificação compulsória consiste na comunicação da ocorrência de casos individuais, agregados de casos ou surtos, suspeitos ou confirmados, da lista de agravos relacionados na Portaria, que deve ser feita às autoridades sanitárias por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, visando à adoção das medidas de controle pertinentes. Além disso, alguns eventos ambientais e doenças ou morte de determinados animais também se tornaram de notificação obrigatória. É obrigatória a notificação de doenças, agravos e eventos de saúde pública constantes da Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011, do Ministério da Saúde.

  As doenças, agravos e eventos constantes do Anexo II a esta Portaria, devem ser notificados a Secretaria Municipais de Saúde em no máximo, 24(vinte e quatro) horas. As doenças contagiosas de médio risco são de notificação obrigatória, junto com violência doméstica e infantil; as doenças contagiosas de alto risco e zoonoses como raiva e leishmaniose são de notificação obrigatória e imediata.

  Alguns exemplos de doenças de notificação compulsória: cólera, febre amarela, hantaviroses, poliomielite, varíola, etc.

  • Tipos de Estudos Epidemiológicos

    Existem duas categorias: os experimentais (ensaio clínico randomizado, ensaio de campo e ensaio comunitário), e os observacionais, que podem ser descritivos (relato de caso, série de caso) ou analíticos.

Estudos observacionais analíticos: são classificados como transversal, caso-controle, coorte e ecológico.

  1. Transversal: aquele em que as pessoas expostas à doença e os doentes são analisados simultaneamente, em um determinado intervalo de tempo.

– Aplicabilidade: avaliação da prevalência da doença.
– Vantagens: facilidade e baixo custo. Gera hipóteses de associação.
– Desvantagens: Não testa as hipóteses (uma vez que as variáveis são medidas simultaneamente).

  1. Coorte: escolha de um grupo de pessoas que compartilham uma experiência ou condição em comum (exemplo: mesma região de moradia), que será acompanhado ao longo do tempo para observar a ocorrência da doença.  Compara-se um grupo de indivíduos expostos a um grupo de indivíduos não expostos e, em cada um, se há ou não a ocorrência da doença.

– Aplicabilidade: avaliação da incidência de doenças.
– Vantagens: maior precisão e há maior controle das variáveis a serem medidas.
– Desvantagens: longa duração; necessita de amostras com números grandes.

  1. Caso-controle: fazem a análise simultânea de dois grupos: o caso (indivíduos que apresentam determinada doença) e controle (indivíduos que não apresentam a doença), identificando os níveis de exposição dos indivíduos a determinados fatores.

– Aplicabilidade: análise de doenças raras e situações de surtos ou agravos desconhecidos.
– Vantagens: baixo custo; facilidade em encontrar indivíduos para o estudo.
– Desvantagens: dependem da memória do paciente; risco de tendenciosidade por parte do paciente; risco de influência do pesquisador.

  1. Ecológico: A unidade de observação é um grupo de pessoas, e não o indivíduo. Esses grupos podem ser turmas de alunos em escolas, fábricas, cidades, países etc. O princípio do estudo é o de que, nas populações onde a exposição é mais frequente, a incidência das doenças ou a mortalidade serão maiores. Incidência e mortalidade são as medidas mais usadas para quantificar a ocorrência de doenças nesse estudo. A análise de correlação mostrará a associação entre o fator de risco e a doença.

Resumão Morfo – Imunologia

Sistema Imunitário e órgãos linfáticos

  1. Função do sistema imunitário

Produção de células de defesa, transporte de materiais pelos vasos linfáticos, filtração da linfa e do sangue, fagocitose e produção de imunoglobulinas.

  1. Definição

O sistema linfático tem como objetivo drenar, filtrar e reconduzir o líquido intersticial de volta a circulação sanguínea. A drenagem é unidirecional.

  1. Coisinhas
  • Os linfoblastos (células imaturas da medula óssea) migram para os órgãos linfoides e dão origem aos linfócitos.
  • Órgãos linfoides primários: Timo e Medula óssea à dão origem aos linfócitos.
  • Órgãos linfoides secundários: Linfonodos, baço, tecido linfático difuso e tecido linfático denso à possuem muitos linfócitos.
  1. Classificação de tecidos do sistema Imune
  • Tecido linfoide difuso (sem cápsula): possui células linfáticas difusas por todo o MALT (tecido conjuntivo das mucosas). Está associado às glândulas salivares e mamárias.
  • Tecido linfoide denso (sem cápsula): possui nódulos linfáticos isolados e agregados. Presente nas tonsilas (linguais, faríngea e palatinas).
    • Faríngea: teto da parte nasal da faringe
    • Tubária: próximo ao óstio faríngeo da tuba auditiva
    • Linguais: raiz da língua
    • Tecido das tonsilas: epitélio pavimentoso estratificado
  • Tecido linfoide denso encapsulado (com cápsula): tecido linfoide espalhado pelo corpo, envolvido por tecido conjuntivo denso e por tecido adiposo, quando está nas cavidades abdominal, pleural e pericárdica. Está presente no baço, timo e nos linfonodos; ou seja, está na rede de vasos linfáticos, onde a linfa é filtrada e materiais estranhos são fagocitados.
  1. Circulação linfática (fluxo unidirecional)
  • Vasos aferentes: ENTRAM pela cápsula
  • Vasos eferentes: SAEM pelo hilo
  • Vasos aferentes -> seio subcapilar -> nódulos corticais e seios peritrabeculares -> seios medulares -> vasos eferentes
  1. O que é a LINFA?
  • Líquido tissular depois que entra nos vasos linfáticos.
  • Constituído de 90% de água
  • Liquido claro com baixa quantidade de proteínas
  • Presença de leucócitos
  • 2/3 deriva do fígado.
  1. Onde NÃO tem vasos linfáticosSNC, globo ocular, orelha interna, epiderme, cartilagens e ossos.
  1. Organização do Sistema linfático

    a. Capilares (linfáticos iniciais)
  • Endotélio
  • Lâmina basal incompleta
  • Prendem-se ao tecido conjuntivo através de miofibrilasb.Vasos pré-coletores
  • Endotélio
  • Tecido conjuntivo
  • Valvas bicúspides
  • Impedem refluxo da linfa 

    c.Vasos coletores

  • Ricos em válvulas
  • 3 camadas: túnica íntima (fibras elásticas), túnica média (músculo liso) e túnica adventícia (colágeno com fibras). 

    d.Troncos linfáticos

  • Ducto torácico: tronco lombar + tronco intestinal + tronco intercostal descendente (Recebe troncos jugular esquerdo e subclávio direito).
  • Ducto linfático direito: troncos jugular direito + subclávio direito + broncomediastinal direito.
  1. Fluxo da linfa
  • Contração dos músculos linfáticos
  • Movimentos corporais
  • Pulsações arteriais
  • Compressão de tecidos vizinhos
  • Contração do diafragma e alteração da pressão da cavidade torácica.

Medula óssea

  • Órgão difuso, encontrado no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos.
  • No recém-nascido: vermelha, produtora de células sanguíneas.
  • Na puberdade: maior parte se transforma em medula amarela
  • Vida adulta: medula amarela tem células tronco e pode se transformar em vermelha, caso necessário, para produzir células sanguíneas.
    • Medula vermelha: Localiza-se no osso esponjoso ou na diáfise dos jovens. Produz eritrócitos e leucócitos megacariocitos. É constituída por células reticulares associadas a fibras reticulares, formando uma rede com capilares sinusoidais.
    • Medula amarela: rica em células adiposas. Localiza-se na diáfise dos ossos longos.
  1. Hematocitopoese
  • Síntese de hemoglobina e formação de um pequeno corpúsculo
  • Macrófagos fagocitam células defeituosas.

Articulações

  1. Tipos
  • Imóvel (sinartrose): sutura craniana.
  • Móvel (diartrose/junturas sinoviais): ombro
  • Semimóvel (anfiartrose): coluna vertebral
  • São junções entre 2 ou mais ossos.
  1. Classificação
  • Sinoviais: são unidos por uma cápsula articular que reveste a cavidade articular. Essa cavidade articular possui pouca quantidade de líquido sinovial. É o tipo mais comum de articulação, permite o livre movimento dos ossos que une, sendo conhecidas como articulações de locomoção.
    • Articulações planas: permitem movimentos de deslizamento no plano das superfícies articulares. Ex.: articulação acromioclavicular.
    • Gínglimos: São articulações uniaxiais, que permitem apenas flexão e extensão. Ex.: articulação do cotovelo.
    • Selares: Permitem abdução e adução, além de flexão e extensão. : articulação carpometacarpal na base do polegar.
    • Elipsoides: Permitem flexão, extensão, abdução e adução. São biaxiais. Ex.: articulação metacarpofalângica.
    • Esferoides: Permitem movimentos em vários planos e eixos (flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e lateral, circundação). Logo, são articulações multiaxiais. Ex.: articulação do quadril.
    • Trocoides: Permitem a rotação em torno de um eixo central, logo, são uniaxiais. Ex.: articulação atlantoaxial mediana.
  • Fibrosas: Os ossos são unidos por tecido fibroso, logo, essa articulação confere mobilidade parcial.
  • Cartilagíneas: As estruturas são unidas por cartilagem hialina ou fibrocartilagem.
    • Sincondroses (cartilagíneas primárias): ossos unidos por cartilagem hialina, geralmente são uniões temporárias. Permitem o crescimento do osso no comprimento.
    • Sínfises (cartilagíneas secundárias): articulações fortes unidas por fibrocartilagem. Ex.: discos intervertebrais.
  1. Bainha sinovial dos tendões

Facilitam o deslizamento de tendões que passam através de túneis fibrosos e ósseos.

  1. Bolsas Sinoviais (Bursa)

São fendas constituídas por sacos fechados de revestimento sinovial; estão no tecido conjuntivo entre os músculos, tendões, ligamentos e ossos. Facilitam o deslizamento de músculos/tendões sobre proeminências ósseas.

Articulações das Mãos

Podem ser divididas entre as articulações do punho, dos dedos ou do quirodáctilo.

  • Articulação radiocarpal: entre mão e antebraço.
  • Articulação intercarpal: entre ossos do carpo.
  • Articulação metacárpica do polegar: é sinovial, entre o osso trapézio e o primeiro metacarpo. Realiza movimentos de flexão, extensão, abdução e adução; revestida por cápsula articular grossa e frouxa.
  • Articulação carpometacarpal: entre carpo e metacarpo dos dedos. É sinovial plana.
  • Articulação metacarpofalângica: entre os metacarpos e as primeiras falanges. São sinoviais elipsoides.
  • Articulação interfalângica: entre as falanges. São do tipo gínglimo.

Músculos

  1. Da articulação do ombro

Possui articulação sinovial do tipo esferoide, o que permite grande amplitude de movimentos. Porém é instável.

  1. Da articulação do cotovelo: Articulação sinovial do tipo gínglimo.
  • Músculo braquial e bíceps braquial: flexores da articulação do cotovelo.
  • Músculo braquioradial: flexão rápida sem resistência.
  • Músculo braquioradial e pronador redondo: flexão lenta com resistência.
  • Músculo tríceps braquial e ancôneo: extensor da articulação do cotovelo.

Baço

  • Formato oval
  • Localização: está no hipocôndrio esquerdo, posterior à linha axial média, posição oblíqua ao longo das costelas 9, 10 e 11. Seu eixo maior acompanha a costela 10.
  • Relações:
    • Anterior: estômago;
    • Posterior: diafragma;
    • Inferior: flexura direita do colo;
    • Medial: rim esquerdo.
  • Faces: diafragmática e visceral (hilo)
  • Revestimento: cápsula fibrosa, com projeções interiores através do hilo. O peritônio também reveste o órgão, exceto o hilo.
  • Ligamentos: esplenorrenal, esplenocólico e gastroesplênico.
  • Irrigação: artéria esplênica.
  • Drenagem venosa através da veia esplênica
  • Drenagem linfática através dos vasos linfáticos que seguem os vasos esplênicos em direção aos linfonodos pancreático/esplênicos/celíacos.
  • Inervação:
    • Simpática: nervos esplênicos do plexo celíaco
    • Parassimpática: nervo vago
  • Funções
    • Formação de células sanguíneas pré-fetal
    • Metabolismo de ferro e hemoglobina
    • Processamento, armazenamento e filtração do sangue
    • Fagocitose e resposta imunológica
    • Proliferação de células B e T
  • Histologia
    • Conjunto de seios fagocitários, estroma de fibras reticulares e parênquima celular.
    • Polpa branca: tecido linfoide denso associado aos ramos das artérias trabeculares.
    • Polpa vermelha: tecido linfoide frouxo, com muitos eritrócitos e vasos sanguíneos.
    • Diversos nódulos linfáticos espalhados pelo órgão.

Timo

  • Formato: possui 2 lobos.
  • Localização: posterior ao manúbrio do esterno e ao corpo do esterno; anterior ao pericárdio fibroso.
  • Irrigação: ramos das artérias torácicas internas.
  • Drenagem venosa: veias torácicas internas (braquiocefálicas).
  • Drenagem linfática: linfonodos parasternais, braquiocefálicos e traqueobronquiais.
  • Após a puberdade, involui. É substituído por gordura.
  • Funções
    • Órgão linfático primário dos mamíferos
    • Produção de linfócitos T, a partir de células T precursoras.
    • Maturação, clonagem e seleção de células T.
    • Os linfócitos T se diferenciam e deixam o timo para povoar os órgãos linfáticos secundários (baço, tonsilas, etc.)
  • Histologia
    • Lobos revestidos por tecido conjuntivo frouxo
    • Septos subdividem o órgão
    • Córtex: possui mais linfócitos, com células reticulares epiteliais e macrófagos.
    • Medula: possui menos linfócitos, com tecido conjuntivo reticular e células reticulares epiteliais de sustentação.

Possui corpúsculos de Hassal, que possuem células achatadas e material acidófilo. São rodeados por linfócitos.

Linfonodos

  • Revestimento: cápsula recobre o linfonodo. Tecido conjuntivo com poucas fibras musculares lisas e elásticas.
  • Córtex: nódulos linfáticos, tecido linfático difuso e seios linfáticos.
  • Medula: extensões do tecido linfático difuso.
  • Hilo: espaço de tecido conjuntivo que contém vasos e nervos. Artérias e nervos vasomotores o penetram.
  • Funções:
    • Atividade mitótica nos centros germinativos – linfócitos B
    • A população de células B produz anticorpos
    • Movimento de células e agentes microbianos dos vasos linfáticos para os linfonodos e, depois, para os vasos sanguíneos (Disseminação de células cancerosas e agentes infecciosos).
  1. Principais linfonodos
  • Cervicais superficiais
    • Occipitais: parte posterior do couro cabeludo.
    • Retro auriculares (mastoideos): parte lateral da cabeça
    • Parotídeos superficiais: face e região temporal.
    • Bucal: lábios e face.
    • Submandibulares: submandibular e parte lateral da língua
    • Submentuais: gengiva, lábio inferior, parte mediana da língua.
  • Cervicais periviscerais
    • Pré-laríngeo
    • Pré-traqueal
    • Paratraqueal
    • Retrofaríngeo
  • Cervicais profundos
    • Júgulo-digástrico: tonsila palatina e parte oral da faringe (faringites e amigdalites).
  • Axilares
    • Peitorais anteriores: parede torácica inferior e mama
    • Peitorais posteriores: parede torácica posterior e região escapular
    • Umerais: membro superior
  • Mamas
    • Parasternais

MALT

O tecido linfoide associado a mucosa (MALT) é um sistema difuso de pequenas concentrações de tecido linfoide encontrado em várias partes do corpo; como no trato gastrointestinal, tireoide, seios, pulmão, glândula salivar, olho e pele.

É composto principalmente por linfócitos T, que estão situados em regiões propícias ao contato com antígenos que entram na mucosa do epitélio intestinal.

O sistema imunitário é dividido:

  1. Interno: órgãos linfoides (lida com antígenos que ultrapassam barreiras físicas)
  2. Externo: rede extensa de células caracterizam o tecido linfoide associado as mucosas (MALT), se organizam ao longo das mucosas gastrointestinais (GALT).

Antígenos são captados e processados -> células imunes ativadas no local indutivo na mucosa -> outros locais da mucosa através do sistema linfático/sanguíneo -> proteção da mucosa

  • GALT (tecido linfoide associado ao intestino):
    • Os linfócitos migram para os gânglios linfáticos mesentéricos, entram na corrente sanguínea e voltam para um local no epitélio.
    • Maior componente do MALT
    • Distribuído ao longo dos gânglios linfáticos mesentéricos, lâmina própria, íleo, etc.
    • Possui células M (de Microfold) que recolhem substâncias a partir do lúmen e as entregam para as APCs.
  • Cavidades bucal (tonsilas), lingual, faríngea e palatina.
  • NALT (associado a cavidade nasal e faringe)
  • SALT (pele)
  • DALT (ductos glandulares)
  • BALT (brônquios)

Imaginologia

  • Tomografia computadorizada
    • Utiliza raios X para captar imagens detalhadas de ossos, órgãos, etc.
    • Mais preciso que o raio X.
    • Investigação de nódulos, tumores e vasos.
    • Paciente deitado, em jejum de 6 horas
    • Talvez contraste venoso iodado
  • Ressonância magnética
    • Imã gigante que obtém imagens através de ondas de radiofrequência.
    • Estruturas musculares que compõem articulações do ombro e dos cotovelos.
    • Lesão do carpo: cartilagem, tendão
    • Cor branca: hipersinal – T1: osso em hipersinal
    • Cor preta/cinza: hiposinal – (T2: osso aparece em hiposinal, logo vê-se mais músculo)
    • Corte do punho: axial e coronal
    • Bom para ver partes moles, ruim para ossos.
  • Tomografia de abdômen e ultrassonografia
    • Baço e fígado
    • Corte axial
  • Radiografia de tórax
    • Timo (formato de vela de barco)
  • Radiografia
    • Glândulas sublingual e submandibular
  • Trânsito intestinal
    • Raio x com contraste de bário
    • Via oral
    • Duodeno, jejuno, íleo e ceco.
  • Enemopaco
    • Contraste de bário e ar atmosférico
    • Via retal
    • Dieta que não forme fezes, jejum de 10 horas e laxante
    • Intestino grosso
  • Seriografia esôfago-estômago-duodeno (SEED)
    • Contraste de sulfato de bário

 

Práticas funcionais

  1. Sangue
  • Neutrófilos:
    • Núcleo em forma de ferradura
    • Função de fagocitose e formação de mediadores químicos
    • Sua morte forma pus
    • Produzidos na medula óssea
  • Eosinófilos
    • Defesa contra parasitas helmintos
    • Ativador de fator plaquetário (coagulação)
    • Encontrado no TGI, respiratório
    • Libera toxina acidófila
  • Monócito
    • Célula precursora do macrófago (APC)
    • Maturação acontece quando chega nos tecidos
    • Função de fagocitose e liberação de mediadores químicos
  • Basófilo
    • Hipersensibilidade imediata
    • Desgranulação e liberação de histamina
    • Síntese e liberação de produtos da cascata do ácido araquidônico (leucotrienos, tromboxanos e prostaglandinas).
  • Linfócitos
    • Formados na medula óssea
    • Linfócitos T produzidos no timo, se diferenciam em citotóxicas e TCD4 (helper). Reconhecem antígenos intracelulares e não produzem anticorpos.
      • As células T helper secretam citocinas, estimulando a proliferação e a diferenciação das células T. Ativam as células B.
      • Células T reguladoras atuam inibindo respostas imunológicas e as células NK.
    • Linfócitos de memoria
    • Linfócitos B: produzem anticorpos, através dos plasmócitos. Reconhecem antígenos extracelulares, são mediadores da imunidade humoral.
  • Mastócitos
    • Presentes na pele e no epitélio das mucosas
    • Contêm grânulos preenchidos por citocinas e mediadores químicos
  • Macrófagos
    • Fagocitose
  • Células APC
    • Antígenos são transportados para os órgãos linfoides periféricos através delas
    • Apresenta para os linfócitos T
  • Células dendríticas
    • APC especializas em capturar antígenos microbianos
    • Reconhecimento nos linfócitos T virgens

Epidemiologia – “Mudança de Foco” – Síntese 1

  A epidemiologia é uma disciplina básica da saúde pública voltada para a compreensão do processo saúde-doença no âmbito de populações. Analisa a distribuição, a frequência e os fatores determinantes de doenças, propondo medidas de prevenção, controle ou erradicação de doenças; fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento e avaliação das ações/políticas de saúde.

  O Sistema Único de Saúde (SUS) definiu, em seu texto legal (Lei n° 8.080/90), a vigilância epidemiológica como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. As ações de vigilância epidemiológica passaram a ser operacionalizadas num contexto de profunda reorganização do sistema de saúde brasileiro, caracterizada pela descentralização de responsabilidades, pela universalidade, integralidade e equidade na prestação de serviços. Ou seja, a vigilância epidemiológica é guiada pelos princípios e diretrizes do SUS.

   A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde, que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população definida.  (Exemplo: Mapa vivo do PSF)

  Além disso, a vigilância epidemiológica é um importante instrumento para o planejamento, a organização e efetivação dos serviços de saúde. A vigilância epidemiológica compreende um ciclo de funções que são desenvolvidas de modo contínuo; permitindo conhecer, a cada momento, o comportamento da doença, para que as medidas de intervenção possam obter sucesso.

São funções da vigilância epidemiológica: coleta de dados, processamento de dados coletados, análise e interpretação dos dados processados, recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas, promoção das ações de prevenção e controle indicadas, avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas e divulgação de informações pertinentes.

  Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:  o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas de processo, da produção ao consumo; o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.

  No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por criar normas e regulamentos e dar suporte para todas as atividades da área no País. A ANVISA também é quem executa as atividades de controle sanitário e fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras.

  Com a ajuda da vigilância epidemiológica e da vigilância sanitária pode-se melhorar as frequências de incidência e prevalência de uma doença. Prevalência mede quantas pessoas estão doentes, incidência mede quantas pessoas tornaram-se doentes.

  Para analisar a evolução da qualidade de vida da população de um país utiliza-se, mundialmente, o IDH. Os três pilares que constituem o IDH (saúde, educação e renda) são mensurados da seguinte forma:

  1. Uma vida longa e saudável (saúde) é medida pela expectativa de vida;
  2. O acesso ao conhecimento (educação) é medido por: Média de anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número total de anos de escolaridade que uma criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança;
  3. O padrão de vida (renda) é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita expressa em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 2005 como ano de referência.

  Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais. O IDH vai de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país.

  Outro índice necessário e importante para o país é medido na Curva Nelson de Moraes. A curva de Nelson Moraes é uma representação gráfica da mortalidade proporcional. O eixo x representa faixas etárias predeterminadas (menor que 1 ano; 1 a 4 anos; 5 a 19 anos; 20 a 49 anos; 50 anos ou mais) e o eixo y é a mortalidade proporcional para cada faixa etária representada no eixo x.

A curva possui 4 tipos com formas características que correspondem a distintas condições de vida da população estudada: N invertido, L (ou J invertido), V (ou U) e J.

  • Forma de N: muito baixo
    Tipo 1 – Equivale a um nível muito baixo, onde a proporção de mais de 50 anos é inferior a 50% e é alta a proporção de óbitos de menores de 1 ano e no grupo de 20 – 49 anos;
  • Forma de J invertido: baixo
    Tipo 2 – Equivale a um nível de saúde baixo, onde a proporção de óbito de mais de 50 anos está abaixo de 20% e é altíssima a proporção (quase 50%) de óbitos de menores de 1 ano;
  • Forma de V: regular
    Tipo 3 – Equivale a um nível de saúde regular, onde a proporção de óbitos de menores de 1 ano é alta e a do grupo de mais de 50 anos é próxima de 50%;
  • Forma de J: elevado
    Tipo 4 – Equivale a um nível de saúde elevado, onde a proporção de óbitos mostra-se mais elevada no grupo etário de mais de 50 anos (+ 70%). Essa curva é característica em países desenvolvidos.

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Síntese Reflexiva de Imunologia

  Chegando ao fim desse módulo, vem o sentimento de alívio! Fugindo um pouco do intuito dessa síntese, devo dizer que este tem sido um ano de muita mudança e reflexão interior. Para onde quero ir? O que quero fazer? O que poderei fazer? Como isso influencia na minha vivência em meio à sociedade, na minha família e no meu “eu interior”? Aprendi muito sobre como lidar com as frustrações, minhas limitações, meus medos e anseios. Saber equilibrar as emoções, os problemas que vêm pra te surpreender, as dificuldades… Nada disso é fácil quando você carrega uma carga enorme de necessidade de aprendizado. Saber dosar o prazer com a labuta, ou até mesmo transformar seu trabalho e estudo em algo gostoso é difícil também.

  Desde o módulo anterior passei por problemas familiares, que ainda estão em fase de recuperação, vivi momentos de grandes dúvidas sobre o rumo que eu deveria tomar, analisei friamente minhas atitudes e pensamentos. E aos poucos tenho entendido muitas coisas. Não vai ser sempre que vou ter pessoas compreensivas e empáticas ao meu redor e saber lidar com isso – de maneira que eu continue psicologicamente bem – é extremamente necessário. Nem sempre vou ouvir, ver e viver as melhores coisas. Saber lidar com frustrações e minhas limitações é realmente um desafio. Eu não consigo fazer tudo ao mesmo tempo e tenho entendido isso, ultimamente.

  Desde o começo do semestre abdiquei de coisas essenciais para mim, momentos extremamente importantes para o meu crescimento pessoal e isso me afetou demais. Muitas vezes me vi “à deriva”, sem saber o que estava fazendo… Durante esse módulo, pensei diversas vezes sobre minha escolha pela Medicina, se eu a tinha feito corretamente, se estava em um ambiente bom para mim, se isso estava me fazendo bem. Cheguei à conclusão que amo essa profissão, quero muito segui-la e continuar levando o curso da melhor maneira possível, mas que para isso eu tenho que desenvolver mecanismos para vivenciar as outras realidades que eu amo. Eu preciso de uma válvula de escape. Porque, infelizmente, a Medicina te coloca numa bolha, onde as pessoas só possuem um foco, um único objetivo. Essa bolha não deixa você enxergar a pessoa do seu lado, não faz com que você exerça ações empáticas; a humanização – que o curso tanto prega – muitas vezes não se faz presente. A humanização está no dia a dia, nas vivências com a população carente, com as políticas públicas desenvolvidas para o bem-estar social, com o “ouvir” o próximo. Muitas dessas conclusões, extremamente pessoais, eu adquiri ao longo do módulo e falo sobre elas aqui por acreditar que muito veio do aprendizado que tive com alguns professores e colegas.

  A reflexão sobre o módulo não deveria se resumir apenas a matéria, mas sim a tudo que te fez chegar até o fim dele e como isso aconteceu. As aulas de Habilidades de Comunicação escancararam, em meio aos Jogos Dramáticos, como o egoísmo é algo inerente à personalidade humana e como é difícil contornar esse comportamento e se tornar um médico humano e empático. Decidi que por mais que eu passe por diversas dificuldades e frustrações, eu preciso ser essa médica, custe o que custar.

  Esse módulo foi, para mim, um momento de dar rumo às minhas utopias, aos pensamentos e desejos. Lendo minhas reflexões anteriores, percebi que sempre tive dificuldade com as tutorias e conclui – novamente – que sempre vou ter. De que maneira poderei transformar esse momento difícil em algo proveitoso? Estou tentando encontrar o caminho, meu esforço está sendo maior que antes, tenho me dedicado aos estudos, aprendido mais e absorvido também. Isso ficou muito claro para mim, melhorei minha maneira de estudar, de me concentrar e há pouco comecei a meditar para controlar minha ansiedade e minha autocrítica quanto às frustrações.

  As tutorias desse módulo foram mais gostosas do que o módulo anterior, o grupo se desenvolveu de maneira saudável, apresentando maior coleguismo e ajuda com os amigos que tinham mais dificuldade. Acredito que o grupo tem percebido que o conhecimento é mais bem aproveitado e propagado se todos se ajudarem. Tenho tentado participar ativamente com falas, não é algo fácil, sofro de uma insegurança absurda para me expor, mas com a ajuda de amigos tenho me sentido mais confortável. A nova tutora também se mostrou compreensiva e agradou o grupo, sua maneira de guiar era coadjuvante, o que promoveu mais atitudes ativas das pessoas. Essa posição menos atuante do tutor trouxe mais frescor e leveza para a tutoria, deixando as pessoas mais livres para desenvolver seus pensamentos e ideias de maneira coesa.

   Acredito que esse foi um módulo mais proveitoso para mim, comparado com o anterior. Absorvi melhor o conteúdo e estou com mais clareza nas ideias. Pretendo continuar em ascensão – apesar dos problemas pelos quais passei – porque o tempo não para!

  As aulas do TBL melhoraram muito, os alunos estão respeitando mais o momento de estudo e os professores estão bem didáticos e dinâmicos também. O Morfofuncional se mostrou bagunçado e atrasado, por conta das datas de provas/resoluções de prova conflitantes com as aulas; porém acredito que isso ilustra a vida do aluno no PBL, cada vez mais temos que “nos virar sozinhos” e tornar as coisas mais aprazíveis ao longo do tempo. As aulas de Habilidades Práticas se tornaram as minhas preferidas, o ambiente é muito querido, com professores muito bons e as aulas se relacionaram com os problemas de Tutoria, com a observação dos leucócitos, dos protozoários e análise de bactérias. A reflexão do IESC se mostrou avessa ao módulo, por conta das datas de prova e análise de portfólio ficamos atrasados com o conteúdo; o que me entristece porque estava gostando dessas aulas. As aulas de Habilidades Médicas estão focadas no exame físico, porém é sentida a falta de um maior apoio dos professores, visto que essa parte do ensino é muito importante e necessária na vida do futuro médico. Muitas vezes os alunos se sentem jogados a esmo, sem orientação e sem saber o que fazer; principalmente quando isso envolve exame de palpação.

  Ademais, gostei das matérias abordadas nesse módulo, entender os mecanismos de agressão e resposta do sistema imunológico é muito importante para o futuro clínico e acredito que aproveitei; minha ascensão pessoal, no entanto, foi o mais importante para mim nesse módulo, porque sem isso não dá pra seguir em frente, evoluir e aprender de maneira saudável.

Morfofuncional – Fisiologia – Resumão

Morfofuncional

1ª PARTE – SISTEMA NERVOSO

Sistema Nervoso pode ser dividido em CENTRAL e PERIFÉRICO.
Ossos que o envolvem: COLUNA VERTEBRAL (a) e CRÂNIO (b).

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

1. Coluna Vertebral

Medula espinal

  • Massa cilíndrica de tecido nervoso
  • Extensão: bulbo (crânio) até a vértebra L2 (caudal).

Possui 4 cornos cinzentos: dorsal direito, dorsal esquerdo, ventral direito e ventral esquerdo.

2. Crânio

a. Encéfalo

  • Tronco encefálico: localiza-se entre a medula e o diencéfalo
    • Mesencéfalo
    • Bulbo: possui centros reguladores de homeostase
    • Ponte
  • Cerebelo (função motora: coordenação e equilíbrio)
  • Cérebro
    • Telencéfalo
    • Diencéfalo
      • Tálamo
      • Hipotálamo: núcleos reguladores e revestido por tecido conjuntivo.
      • Hipófise: origem ectodérmica
        • Adenohipófise: originada do ectoderma oral
          Secreta FSH e LH
          Divisões: pars tuberalis, pars distalis e pars intermedia.
        • Neurohipófise: originada do neuroectoderma;
          Armazena/libera hormônios
      • Subtálamo
      • Epitálamo.

Embriologia: início da 3ª semana da placa neural à tubo neural à SNC
Origem: ectoderma embrionário
Revestimento: protegido por 3 meninges (dura-máter, aracnoide-máter e pia-máter) e por liquido cefalorraquidiano (líquor).

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Dividido em S.N.P. SOMÁTICO e S.N.P. AUTÔNOMO

  • Formado por células nervosas e gânglios nervosos
  • É uma rede formada por 2 neurônios
  • Como funciona? O axônio de um dos neurônios entra em “conexão sináptica” com o 2º neurônio. As fibras nervosas que ligam o 1º neurônio ao 2º são chamadas de pré-ganglionares e as que partem do 2º neurônio para os efetores são as pós-ganglionares.
  • Fibras pré-ganglionares: colinérgicas (mediador químico: acetilcolina).
  • Fibras pós-ganglionares: adrenérgicas (mediadores químicos: norepinefrina/epinefrina).
  1. S.N.A. Simpático
  • Núcleos nervosos na medula
  • Mediadores químicos: noradrenalina e adrenalina.
  • Dilata pupila
  • Inibe salivação
  • Relaxa brônquios
  • Inibe peristaltismo
  • Acelera batimentos cardíacos
  • Inibe atividade estomacal
  • Receptores: alfa-beta-adrenérgico e adrenérgico.2.S.N.A. Parassimpático
  • Núcleos nervosos no encéfalo e na medula espinal
  • Mediador químico: acetilcolina
  • Contração da pupila
  • Salivação
  • Reduz batimentos cardíacos
  • Aumento do peristaltismo e da atividade estomacal
  • Contrai brônquios
  • O neurotransmissor acetilcolina e os receptores colinérgicos diminuem a frequência cardíaca
  • Fibras colinérgicas
    • Nicotínicas: agem nos gânglios autonômicos
    • Muscalínicas: agem na musculatura lisa

3. Tecido Nervoso (SNC)

2 tipos de células: neurônios e células da glia (neuroglia)

  • Neurônio: Unidade funcional e estrutural. Formado por corpo celular (pericário), axônio e dendritos.

estrutura-neuronio

  • 3 tipos FUNCIONAIS
    • Sensitivo (aferente): leva a informação da periferia até o SNC. Recebe estímulos.
    • Motor (eferente): leva a informação do SNC até a periferia. Controla glândulas e fibras musculares.
    • Interneurônio: formam circuitos complexos entre neurônios.
  • 3 tipos MORFOLÓGICOS
    • Multipolar: mais de 2 prolongamentos
    • Pseudounipolar: tem 1 prolongamento que depois se divide em 2.
    • Bipolar: 1 dendrito e 1 axônio.
  • O que são as substâncias cinzenta e branca?

Cinzenta: formada por pericário, células da glia e prolongamentos neuronais.
Branca: igual, mas sem pericário.

  • Astrócito: liga os neurônios aos capilares sanguíneos e a pia-máter.
    • Fibroso: substância branca
    • Proptoplasmático: substância cinzenta
  • Oligodendrócito: estão no SNC e produzem bainha de mielina.
  • Células de Schwann: estão no SNP e produzem bainha de mielina.
  • Células ependimárias: Células epiteliais colunares que revestem os ventrículos cerebrais e a medula espinal. Com a presença de cílios, facilitam o movimento do líquor.
  • Nervos
    • Epineuro: tecido de sustentação do nervo, formado por tecido conjuntivo denso.
    • Perineuro: bainha composta de células achatadas e justapostas. Envolvem os axônios.
    • Endoneuro: tecido conjuntivo com fibras musculares reticulares, feitas pelas células de Schwann.

2ª PARTE – SISTEMA RESPIRATÓRIO

 Embriologia: Origem endodérmica, na 4ª semana (28 dias).

  • Endoderma à epitélio e glândulas
  • Mesoderma esplânico à tecido conjuntivo à cartilagens e musculatura lisa
  • 6ª semana: maturação pulmonar
  • Até os 8 anos: desenvolvimento alveolar.

Divisões

  • Porção condutora (superior): nariz, faringe
  • Porção respiratória (inferior): laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões.

Galera envolvida

  • Nariz
    • Area vestibular (anterior as fossas nasais): epitélio estratificado pavimentoso
    • Fossas nasais: epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado
    • Produção de muco e batimento ciliar
  • Faringe
    • Conecta cavidade oral e nasal
    • Revestimento de musculo esquelético e o lúmen é revestido por túnica mucosa.
  • Laringe
    • Arcabouço com 9 cartilagens
    • Músculos extrínsecos e intrínsecos: fechamento da glote
  • Traqueia
    • Lúmen é revestido por tecido epitelial pseudoestratificado colunar ciliado
    • Mucosa revestida por epitélio pseudoestratificado cilindrico
    • Células caliciformes: produtoras de muco
    • Peças de cartilagem em forma de “C” são revestidas por pericôndrio
  • Arvore bronquial
    • Anéis de cartilagem hialina
    • Epitélio pseudoestratificado colunar (brônquios) e epitélio cubico simples (bronquíolos).
  • Brônquios
    • Mucosa: epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado a cilíndrico simples.
    • Lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo.
    • Cartilagem hialina
  • Bronquíolos
    • Mucosa: inicia com epitélio cilíndrico simples ciliado até cubico simples.
    • Tecido muscular liso
  • Alvéolos
    • Tecido conjuntivo
    • Epitélio plano simples
    • Células alveolares: pneumatócito I (permite difusão) e pneumatócito II (secreta surfactante, impede que alvéolos colabem).
  • Pleura
    • Serosa que reveste pulmões: mesotélio e tecido conjuntivo frouxo

3ª PARTE – SISTEMA CARDIOVASCULAR

  • Embriologia
    Originado do mesoderma esplânico
    3ª semana: coração tubular primitivo; fluxo de sangue na 4ª semana.
  • Posição Anatômica
    Na cavidade torácica, entre os dois pulmões, no mediastino. Seu ápice repousa sobre o diafragma.
  • Revestimento
    • Pericárdio parietal: saco seroso de tecido conjuntivo denso fibroso que envolve o coração.
    • Pericárdio seroso: produz o liquido pericárdico, que permite que o coração bata sem atrito.
  • Paredes do coração
    • Pericárdio fibroso > pericárdio seroso > cavidade pericárdica > epicárdio (pericárdio visceral) > miocárdio > endocárdio
    • Pericárdio fibroso superficial: tecido conjuntivo denso
    • Pericárdio seroso
    • Epicárdio: mesotélio (ep. pavimentoso simples)
    • Miocárdio: músculo estriado cardíaco
    • Endocárdio: endotélio, epitélio pavimentoso simples e tecido conjuntivo.
  • Faces do coração
    • Anterior (ventrículo direito)
    • Diafragmática (ventrículo esquerdo)
    • Pulmonar
    • Margens: direita, inferior, esquerda, superior
  • Câmaras e valvas
    • 4 câmaras, 2 átrios e 2 ventrículos
  • Células do automatismo cardíaco
    • Constituído por 2 nós localizados no átrio: nodo sinoatrial e nodo atrioventricular (fibras de purkinje); e pelo feixe atrioventricular
    • Nó AS -> vias intermodais -> nó AV -> fibras de purkinje
    • Feixes intermodas (nos átrios): de His e de Purkinje
    • Nó sinoatrial: neurônios pós-ganglionar e fibras pré-ganglionar (plexo visceral) do parassimpático; fibras pós-ganglionares do simpático
  • Fases resposta rápida
    • Despolarização (entrada de sódio)
    • Repolarização precoce (saída de potássio)
    • Platô (entrada de cálcio)
    • Repolarização tardia (sai potássio)
    • Equilíbrio

4ª PARTE – SISTEMA RENAL

Rim

  • Embriologia
    • Mesoderma intermediário  
    • Rins definitivos (metanefros): 28º dia
    • Pronefro à mesonefro à metanefro
  • Localização
    • Entre o peritônio e a região superior do abdome (região retroperitoneal).
    • De cada lado da coluna vertebral
  • RevestimentoRecoberto por peritônio e tecido conjuntivo denso.
  • Anatomia
    • Rim esquerdo é mais comprido e estreito
    • Na margem medial côncava temos o hilo renal (onde a artéria renal entra)
    • 2 faces (anterior e posterior), 2 bordas (medial/côncava e lateral/convexa) e 2 polos (superior e inferior)
    • Dividido em córtex e medula (pirâmides renais)
    • Unidade funcional e estrutural: néfrons
  • Pelve Renal: extremidade superior do ureter
  • Bexiga: epitélio de transição
  • Histologia
  1. Zona Cortical: possui o corpúsculo renal (glomérulo renal e cápsula de Bowman). O folheto parietal é formado por epitélio pavimentoso plano.
  • Túbulo contorcido proximal
    • Epitélio cubico simples
    • Células cubicas altas
    • Muitas mitocôndrias
    • Microvilos: borda em escova
  • Túbulo contorcido distal
    • Epitélio cubico simples
    • Células cubicas baixas
    • Pode-se visualizar a mácula densa2.Zona Medular:
    • Porções espessas da ALÇA DE HENLE e túbulos coletores: epitélio cubico
    • Porções delgadas da ALÇA DE HENLE e vasos sanguíneos: epitélio plano.
  • Funções
    • Osmolaridade sanguínea
    • Regulação do volume sanguíneo
    • Regulação da P.A.
    • Regulação do pH sanguíneo
    • Excreção
    • Cápsula de Bowmann: responsável pela filtração
    • Túbulo proximal: reabsorção (sódio)
    • Alça: absorção de água
    • Túbulo distal: reabsorção e excreção
  • Glândula suprarrenal/adrenal
    • Divisão: córtex (mesênquima 6 semana) e medula.
    • Extremidade superior renal

5ª PARTE – SISTEMA DIGESTÓRIO

Digestão: boca -> faringe -> laringe -> esôfago -> estomago -> intestino delgado -> intestino grosso -> cavidade anal

  • Faringe
    • Forrado por mucosa faríngea
    • Células que secretam muco
    • Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado
    • Epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado
  • Estômago
    • Epitélio colunar simples
    • Na região abdominal, abaixo do diafragma, anterior ao pâncreas, superior ao duodeno.
    • Secreção de suco gástrico
    • 4 áreas: piloro, corpo, cardia, fundo.
    • Célula principal: pepsinogênio e lipase gástrica
    • Célula parietal: HCl
  • Intestino delgado
    • Duodeno, jejuno e íleo
    • Células absortivas
    • Células caliciformes: muco
    • Microvilosidades
    • Camadas: lamina própria, muscular da mucosa, mucosa, submucosa, muscular circular interna, muscular longitudinal externa.
  • Intestino grosso
    • Ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide, reto e anus.
    • Epitélio colunar simples

Imunologia – “O bolo queimou” – Síntese 1

  Analisando o caso da queimadura de Ana é necessária a atenção sobre as camadas da pele. A epiderme é a camada mais externa, sendo formada por tecido epitelial. É formada por cinco camadas: estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato germinativo.

   A camada mais externa é o estrato córneo, que é constituído por células mortas ricas em queratina. Essa camada funciona como uma barreira contra patógenos e agentes químicos. O estrato lúcido é formado por células mortas, transparentes, achatadas e anucleadas. No estrato granuloso, as células são achatadas. As terminações nervosas chegam até esse estrato. O estrato espinhoso apresenta células ligadas através de desmossomos, conferindo assim resistência ao tecido e um aspecto espinhoso. O estrato germinativo contém as células-tronco da epiderme e é a sua camada mais profunda. Esse estrato forma as células que darão origem a todas as camadas mais superiores.

  Já a derme é formada por tecido conjuntivo e nela estão localizados os nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, folículos pilosos e as glândulas sudoríparas. A derme também pode ser dividida em camadas: a camada papilar e a camada reticular. A camada papilar, camada logo abaixo da epiderme, possui projeções que se encaixam na epiderme. A camada reticular é a camada mais espessa e é constituída por tecido conjuntivo mais denso.

 O ambiente está repleto de agentes infecciosos como vírus, bactérias, fungos, protozoários, etc. O sistema imunológico trabalha combatendo estes invasores, por meio das barreiras mecânicas, microbiológicas e químicas do organismo.

  Existem as barreiras externas, que são o conjunto de barreiras físicas e bioquímicas que impedem que os microrganismos provoquem uma infecção. São também chamadas de mecanismos de defesa não específicos, pois defendem o organismo de qualquer tipo de invasor.

  A principal barreira contra os microrganismos é a pele (epiderme) devido a sua constituição de queratina, o que impede a entrada dos patógenos. O muco – presente na vagina e na cavidade nasal – por ser pegajoso ajuda a proteger os locais contra infecções, sequestrando e inibindo a mobilidade dos microrganismos. Além destes mecanismos, as enzimas lisozima e a fosfolipase – contidas na saliva, nas lágrimas e na secreção nasal – podem destruir a parede celular das bactérias e desestabilizar suas membranas. Outras enzimas possuem o pH muito ácido (como o suco gástrico do estômago), o que impede a proliferação de microrganismos na região, como é o caso do estômago e da vagina. Além disso, no intestino, na boca e na vagina há a presença de microrganismos da flora normal que impedem a proliferação de patógenos externos, competindo por comida e espaço.

  A imunidade é dividida em dois tipos: adaptativa e inata. A adaptativa atua de maneira específica e somente quando a inata não for capaz de responder ao estímulo. Já a inata, resposta inespecífica, age primeiramente através das barreiras do organismo, como a pele, acidez estomacal, lisozima, suor e epitélio do trato respiratório. Se o patógeno atravessar a barreira, a segunda maneira de defesa da imunidade inata é a inflamação, onde atuaram as células de defesa.

  As células do sistema imune são conhecidas como leucócitos e são divididas em granulócitos e agranulócitos. Os neutrófilos, eosinófilos, mastócitos e basófilos são granulócitos. Já o segundo grupo contém os linfócitos, relacionados com a resposta específica (adaptativa) e os monócitos (que passarão a ser chamados de macrófagos quando passam para a corrente sanguínea).

  Os neutrófilos são células fagocíticas, compreendendo cerca de 90% dos granulócitos que circulam na corrente sanguínea. Os eosinófilos são células com função de apreender e danificar os invasores, principalmente os parasitas extracelulares grandes. Os mastócitos e os basófilos são células que estão em quantidades muito pequenas no sangue e possuem grânulos no citoplasma que produzem inflamação no tecido circundante.

  Os linfócitos são produzidos na medula óssea e no timo, que são órgãos linfoides primários ou centrais e migram para o baço, linfonodo e amídalas, que são tecidos linfoides secundários. Os linfócitos B são produzidos na medula óssea e os linfócitos T são produzidos no timo.

  Os linfócitos B reconhecem o receptor de superfície do antígeno e por meio do estímulo das interleucinas sofrem expansão clonal e transformam-se em plasmócitos, que produzem e secretam anticorpos que se ligam especificamente com o antígeno.

  Os linfócitos T interagem com os linfócitos B. As células T auxiliares (“T Helper”) auxiliam os linfócitos B na produção de anticorpos. Os linfócitos T citotóxicos destroem células infectadas do hospedeiro, utilizando um receptor específico para antígenos das células T (TCR). Os efeitos dos linfócitos T estão relacionados com a liberação de citocinas, que são emissores químicos de sinais para as células.

  A célula quando sofre um determinado estresse, tenta adaptar-se por meio de hipertrofia, hiperplasia, atrofia, displasia e metaplasia. Se houver a incapacidade da adaptação, a célula sofre uma lesão, que pode ser reversível e irreversível. A lesão celular reversível é leve e transitória, e não há morte celular. Porém na lesão irreversível, que é o caso da dona Ana, ocorre morte celular por necrose ou apoptose.

  As possíveis causas da lesão podem ser por privação de oxigênio, agentes químicos, físicos e infecciosos, reações imunológicas, defeitos genéticos e desequilíbrios nutricionais. No problema, a Dona Ana sofre uma queimadura, caracterizando a agressão de um agente químico.

Sempre que ocorre a lesão, há um processo inflamatório associado ou não a uma infecção. A infecção consiste na ação exercida no organismo por agentes patogênicos. Paralelamente a isso, a inflamação é a resposta local a ofensa celular e intimamente ligada ao processo de reparo.

   A inflamação é uma resposta protetora que envolve células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas, e é destinada a eliminar a causa inicial da lesão celular bem como tecidos necróticos e iniciar o processo de reparo. Além de destruir os patógenos, a resposta inflamatória pode lesar os tecidos normais.

  A primeira resposta da inflamação é a vascular, que consiste na vasoconstrição reflexa pela liberação da adrenalina e é seguida pela vasodilatação, causada por mediadores químicos como histamina, bradicinina, serotonina e óxido nítrico. A vasodilatação permite que os leucócitos atinjam o tecido lesado. Esse processo tem como consequência o aumento da temperatura local e o rubor, além de contribuir para o extravasamento de líquido rico em proteínas (exsudato) causando o edema. Os sinais clássicos que caracterizam a inflamação são a dor, o rubor, o edema, o calor e a perda de função. 

   Junto a isso, ocorre a resposta celular, que se inicia com a expressão de proteínas como as integrinas e selectinas, pelas células epiteliais e leucócitos. Após isso, ocorre o processo de marginação, onde os leucócitos aproximam-se do endotélio, e o processo de rolamento dos leucócitos sobre o tecido. Por fim, os leucócitos agarram no endotélio e passam para o tecido por diapedese (VASOS SANGUÍNEOS -> MONÓCITOS > TECIDOS -> MACRÓFAGOS).

  Por quimiotaxia, a primeira linha de defesa acontece através de neutrófilos, que são capazes de digerir as partículas fagocitadas. Além disso, os neutrófilos possuem uma meia vida curta, por isso, logo após a fagocitose, eles sofrem apoptose.

  Há também a ação dos eosinófilos na inflamação, que tem como exemplo as prostaglandinas (responsável pela dor, pois irrita as terminações nervosas) e leucotrienos (quimiotáticos). O fosfolipídio solto no plasma por conta da lesão, sofre ação da fosfolipase A2 gerando ácido araquidônico. Esse ácido, sobre a ação da LOX, produz leucotrienos, e sobre a ação da COX-1 e COX-2, prostaglandinas.

 Quando há a lesão, é necessário o reparo do tecido, que pode ser realizado por regeneração e cicatrização. A maneira como o reparo acontece depende da extensão da lesão, do órgão lesado, e da manutenção ou não da matriz extracelular. Existem tecidos lábeis (em constante processo de proliferação), os estáveis (que podem se proliferar com um estímulo) e os permanentes (não sofrem regeneração).

  A regeneração é a proliferação de células e tecidos para substituir substancias perdidas. Esse processo acontece após a morte de células lábeis ou estáveis com manutenção da matriz extracelular. Já a cicatrização, acontece quando há morte de células lábeis ou estáveis com a destruição da matriz extracelular, ou com a morte de células permanentes.

  O processo de cicatrização inicia-se com a formação do coágulo, que detém o sangramento e serve como arcabouço para as células emigrantes. Essa fase é seguida pela formação de tecido de granulação, migração de fibroblastos e angiogênese local. Por fim, há o remodelamento do tecido conjuntivo, que consiste na deposição de colágeno de maneira organizada e a recuperação da força tênsil, que se apresenta diminuída.

  Como os tecidos lesados da dona Ana são lábeis, houve o processo de regeneração celular. Além disso, Ana citou que não teve a necessidade de usar medicamentos anti-inflamatórios, o que pode ser explicado pelo fato de nosso organismo, produzir substâncias anti-inflamatórias.

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